sexta-feira, 6 de julho de 2007

TECIDO NERVOSO

Características Gerais
 O tecido nervoso acha-se distribuído pelo organismo
interligando-se e formando uma rede de comunicações: sistema
nervoso
 Os sistemas nervoso e endócrino são sistemas de integração
para coordenar as funções dos vários órgãos especializados que
aparecem nos animais.

Componentes Principais
1) NEURÔNIOS: células com longos prolongamentos, com a
propriedade de responder a alterações do meio que se encontram
com modificações da diferença de potencial elétrico que existe entre
as superfícies interna e externa da membrana celular, sendo,
portanto, células excitáveis.
2) CÉLULAS DA GLIA OU NEURÓGLIA: sustentam os neurônios e
participam de outras funções importantes.
Neurônios
Apresentam três componentes principais
 DENDRITOS: prolongamentos numerosos, especializados na função
de RECEBER estímulos do meio ambiente, de células epiteliais
sensoriais ou de outros neurônios.
 CORPO CELULAR ou PERICÁRIO: centro trófico da célula, local onde
se encontra o núcleo e a maior parte das organelas. É também capaz
de receber estímulos.
 AXÔNIO: prolongamento único, especializado na CONDUÇÃO de
impulsos que transmitem informações do neurônio para outras células
(nervosas, musculares ou glandulares)

Neurônios
 Nos neurônios encontramos grande quantidade de
NEUROFILAMENTOS e MICROTÚBULOS, importantes
componentes do citoesqueleto.
 Em determinados locais do corpo celular encontramos grânulos
de MELANINA (pigmento de significado funcional desconhecido
neste tipo celular) e LIPOFUCSINA (resíduo de material
parcialmente digerido pelos lisossomos).
Classificação dos Neurônios
De acordo com sua morfologia
 NEURÔNIOS MULTIPOLARES: mais de dois prolongamentos
celulares
 NEURÔNIOS BIPOLARES: um dendrito e um axônio
 NEURÔNIOS PSEUDO-UNIPOLARES: apresentam próximo ao corpo
celular um prolongamento único, mas este logo se divide em dois,
dirigindo-se um para a periferia e outro para o SNC.
Classificação dos Neurônios
 A grande maioria dos neurônios é multipolar. Os
bipolares são encontrados nos gânglios coclear e
vestibular, na retina e na mucosa olfatória. Os
pseudo-unipolares são encontrados nos gânglios
espinhais que são gânglios sensitivos situados nas
raízes dorsais dos nervos espinhais.

Classificação dos Neurônios
De acordo com sua função
 NEURÔNIOS MOTORES: controlam órgãos efetores, tais
como glândulas exócrinas e endócrinas e fibras musculares.
 NEURÔNIOS SENSORIAIS: recebem estímulos sensoriais do
meio ambiente e do próprio organismo
 INTERNEURÔNIOS: estabelecem conexões entre neurônios,
formando circuitos complexos.

Fluxo anterógrado e retrógrado
 Fluxo anterógrado
corpo celular  axônio
 Fluxo retrógado:
axônio  corpo celular
Sinapses
 Um impulso nervoso é conduzido não somente ao longo do
comprimento de um neurônio, mas também de um neurônio para outro
ou de um neurônio para uma estrutura com uma célula muscular ou
glândula. Essa condução acontece em estruturas altamente
especializadas denominadas SINAPSES.
 A sinapse é essencial para a manutenção da homeostasia, devido a
sua capacidade de transmitir certos impulsos e inibir outros. A maioria
das doenças do encéfalo e muitos transtornos psiquiátricos resultam de
uma ruptura da comunicação sináptica. As sinapses também são os
locais de ação da maioria das drogas que afetam o encéfalo
Sinapses
 SINAPSE ELÉTRICA: ocorre um fluxo de íons diretamente de uma
célula para outra através de canais existentes na membrana
plasmática de células vizinhas (junções comunicantes ou junções GAP)
 SINAPSE QUÍMICA: é o tipo mais freqüente de sinapse. Esse tipo de
comunicação depende da liberação de substâncias químicas de uma
membrana pré-sináptica para uma membrana pós-sináptica

Células da Glia ou Neuróglia
 Presentes no SNC, ao lado dos neurônios.
 Coram-se mal pela H-E, aparecendo apenas seus núcleos espalhados
entre os núcleos de dimensões maiores dos neurônios.
 Calcula-se que no SNC: 10 células da glia para cada neurônio.
 Na vida embrionária, participam da orientação do crescimento dos
dendritos e axônios, o que leva ao estabelecimento das sinapses
adequadas do ponto de vista funcional.
Células da Glia ou Neuróglia
 Pericários e prolongamentos são completamente cobertos pela
neuroglia
 Células não geram impulsos nervosos nem sinapses. Participam do
controle da composição química do meio onde estão localizados os
neurônios.
 Ao contrário dos neurônios, são capazes de se multiplicarem até
mesmo no adulto.
 Distingue-se quatro tipos: astrócitos, oligodendrócitos, micróglia e
células ependimárias.

Astrócitos
 Maiores células da neuroglia
 Formam a BARREIRA HEMATOENCEFÁLICA: prolongamentos
envolvem os capilares sangüíneos. Os astrócitos dirigem também seus
prolongamentos no sentido da superfície dos órgãos do SNC, onde vão
formar uma camada localizada abaixo da pia-mater. Assim, por revestir
as paredes vasculares e as superfícies de tecido, os astrócitos CRIAM
UM COMPARTIMENTO FUNCIONAL PARA O TECIDO NERVOSO,
com moléculas e íons adequados ao bom funcionamento dos
neurônios.
 As cicatrizes que se formam no espaço deixado pelos neurônios do
SNC mortos por doenças ou acidentes são constituídas por astrócitos.

Oligodendrócito
 São menores que os astrócitos e possuem poucos prolongamentos.
Também são conhecidos como células satélites.
 Formam uma verdadeira simbiose com os neurônios. Existe uma
interdependência no metabolismo dessas duas células. Toda vez que
um estímulo a determinado neurônio provoca alterações químicas em
seus componentes, observa-se também modificações químicas nos
oligodendrócitos.
 Na substância branca (SNC), os oligodendrócitos são responsáveis
pela formação da bainha de mielina. No sistema nervoso periférico a
célula responsável pela bainha é a célula de Schwann

Micróglia
 Célula pouco numerosa. Corpo celular é alongado com núcleo
denso e também alongado. Prolongamentos numerosos e curtos
cobertos por saliências finas (aspecto espinhoso)
 Células macrofágicas (sistema mononuclear fagocitário)

Células Ependimárias
 Derivam do revestimento interno do tubo neural e se mantém em
arranjo epitelial, enquanto as demais células daí originadas se
diferenciam em células da neuroglia.
 Revestem as cavidades do encéfalo e da medula e estão em contato
com o líquido cefalorraquidiano encontrado nessas cavidades. As
células são ciliadas, o que facilita a movimentação do líquido
cefalorraquidiano.
Sistema Nervoso Central
 No sistema nervoso central há uma certa segregação entre os corpos
celulares dos neurônios e os seus prolongamentos. Isto faz com que
sejam reconhecidas no encéfalo e na medula espinhal duas porções
distintas, denominadas substância branca e substância cinzenta.
 A substância cinzenta é assim chamada porque mostra essa coloração
quando observada macroscopicamente. É formada principalmente por
corpos celulares de neurônios e células da glia, contendo também
prolongamentos de neurônios.

Sistema Nervoso Central
 A substância branca não contém corpos de neurônios, sendo
constituída prolongamentos de neurônios e células da glia. Seu nome
origina-se da presença de grande quantidade de um material
esbranquiçado denominado mielina, que envolve certos
prolongamentos dos neurônios.
OBS: na substância branca encontramos acúmulos de
neurônios, formando ilhas de substância cinzenta,
denominadas de núcleos

Barreira hematoencefálica
 Barreira funcional que dificulta a passagem de certas substâncias,
como alguns antibióticos, agentes químicos e toxinas, do sangue para
o tecido nervoso.
 Ocorre devido a uma menor permeabilidade dos capilares sangüíneos
do tecido nervoso (junções oclusivas entre as células endoteliais) e
também devido aos prolongamentos dos astrócitos que envolvem
completamente os capilares no SNC.
Sistema Nervoso Periférico
Fibras nervosas
- mielínicas
- amielínicas
Nervos
Gânglios

Fibras Nervosas
 São constituídas por um axônio e suas bainhas envoltórias
 Todos os axônios do tecido nervoso do adulto são envolvidos por
dobras únicas ou múltiplas formadas por uma célula envoltória
- SNP  Célula de Schwann
- SNC  Oligodendrócito
Axônios de pequeno diâmetro  Fibras amielínicas (envolvidos por uma
única dobra de célula envoltória)
Axônios mais calibrosos  Fibras mielínicas ( múltiplas dobras da célula
envoltória)

Fibras mielínicas
 Mielina: complexo lipoprotéico constituída por camadas de membrana
celular modificada. Essa membrana tem maior proporção de lipídeos
do que as membranas celulares em geral.
 A espessura da bainha de mielina varia com o diâmetro do axônio,
porém é constante ao longo de um mesmo axônio

Fibras amielínicas
 Tanto no SNC como no SNP nem todos axônios são recobertos por
mielina
 As fibras amielínicas periféricas são também envolvidas pelas células
de Schwann, mas neste caso não ocorre enrolamento em espiral. Uma
única célula de Schwann envolve várias fibras nervosas.
 No SNC os axônios amielínicos são mais numerosos

Nervos
 No sistema nervoso periférico as fibras nervosas agrupam-se em
feixes, dando origem aos nervos. (Devido a grande quantidade de
colágeno e mielina, os nervos são esbranquiçados).
 Epineuro: tecido conjuntivo denso que reveste e dá sustentação aos
nervos
 Perineuro: reveste feixes de fibras nervosas
 Endoneuro: tecido conjuntivo reticular que envolve cada axônio (com
sua célula envoltória)
Nervos
 Estabelecem comunicações entre os centros nervosos e órgãos da
sensibilidade e os efetores (músculos e glândulas)
Possuem:
 Fibras aferentes e eferentes: nervos mistos (a maioria)
 Somente fibras aferentes: nervos sensitivos
 Somente fibras eferentes: nervos motores

Gânglios
 Acúmulos de neurônios fora do sistema nervoso central
 Conforme a direção do impulso nervoso, os gânglios podem ser:
- sensoriais (aferentes), sendo alguns associados aos nervos
cranianos (gânglios cranianos) e outros se localizam nas raízes dorsais
dos nervos espinhais (gânglios espinhais)
- gânglios do sistema nervoso autônomo (eferentes): aparecem
como formações bulbosas ao longo dos nervos do sistema nervoso
autônomo

Plasticidade Neuronal
 Após uma lesão do SNC os circuitos neuronais se reorganizam, graças
ao crescimento dos prolongamentos dos neurônios, que formam novas
sinapses para substituir as perdidas pela lesão. Assim estabelecem-se
novas comunicações que, dentro de certos limites, podem restabelecer
as atividades funcionais dos circuitos perdidos (PLASTICIDADE
NEURONAL)
 Esse processo é controlado por diversos fatores de crescimento
(NEUROTROFINAS) produzidos pelos neurônios, células da glia.

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